sexta-feira, 19 de junho de 2015

Tiradentes + Travessia Serra de São José + Dia dos Namorados e Pedido Surpresa

Como sempre minhas viagens com Kico tem mais do que experiências, tem muita aventura e emoção e essa não poderia ser diferente.
O Kico queria conhecer Tiradentes eu por sinal já conhecia da época da faculdade, foi uma volta  ao passado (literalmente) e em ótima companhia.
Consegui uma carona de ouro na sexta pra São João Del Rei, BH estava o caos, dia dos namorados, todo mundo comprando presente de ultima hora... Pra variar coisas de Brasileiro mesmo.
O Kico também conseguiu uma carona de Juiz de Fora pra São João, marcamos de nos encontrar lá, seria mais fácil.
A viagem correu tranquila, o pessoal era engraçado o que fez com que nem víssemos o tempo passar.
Chegando em São João o Kico já tinha chegado e estava comendo num trailer, por la eu fiquei e me despedi do pessoal, minha volta com eles já estava garantida e agora era curtir o namorado.
Terminado o lanchinho fomos pra Rodoviária de onde pegamos o ônibus que faz São João a Tiradentes (pertinho).
Foi uma pena chegarmos tão tarde, não deu pra ver a beleza da Serra de São José, onde no dia seguinte partiríamos pra fazer a travessia treino antecedendo nosso próximo desafio em Julho que será a travessia da Serra dos Órgãos.
Durante a viagem pra São João eu e Kico ficamos sabendo que em Tiradentes estava acontecendo o Festival de Vinho e Jazz...Me empolguei, coisa que mais gosto um bom vinho e boa música...Não tem melhor.
Quando o ônibus chegou em Tiradentes fiquei decepcionada de verdade com o descaso dos órgãos competentes com relação ao tráfego de ônibus e carros dentro do centro histórico da cidade, juntando isso ao festival que tinha começado exatamente na sexta e em pleno dia dos namorados imagina?
Bom eu e Kico achamos melhor irmos pro local onde ficaríamos acampados, que olha gente, recomendo muitíssimo, é o Camping Tiradentes(www.campingtiradentes.com.br) bem perto da cidade e uma delicia, Dona Isabel e o marido são umas gracinhas e o local tem uma ótima estrutura. Pra quem gosta de ficar mais confortável o local tem uma sede  e apartamentos também e o mais importante o preço é bom.Principalmente em se tratando de Tiradentes $$$$$$$



A casa sede é uma réplica dos casarões antigos de Tiradentes, linda, porém recente com apenas 20 anos...me enganou bem!
Resolvemos que seria melhor ficarmos por lá e ir no festival no sábado a noite, montamos nossa casa, ajeitamos nosso cantinho e dormimos mais uma vez sob um céu maravilhoso e um frio gostoso que também nos acompanhou noite a dentro.

Acordamos com o despertador do celular e com uma neblina que cobria tudo se eu não tivesse colocado com certeza iríamos acordar umas dez da manhã.
Ajeitamos mochilas, câmera e lá fomos nós fazer a travessia da Serra de São José. A Serra abraça toda cidade de Tiradentes, por qualquer lado que se olhe lá está ela, linda e imponente protegendo a frágil cidade que fica guardadinha lá no meio do vale… Coisa marrrr linda essa nossa Minas uai!!!



Tomamos um café na padaria (Kico adora) e compramos comida pra levar durante a travessia. Essa travessia é pequena, são 22km, mas nós fizemos 16km por que pegamos um atalho(caminho errado kkkk).O total deu 24km somando o caminho do camping até a cidade e mais o passeio por Tiradentes como não poderia deixar de ser.


 O Kico conseguiu instruções com o amigo dele o Thiago (valeu demais Thiago) que mandou tudo por e-mail. Pegamos o GARMIN e partiu.

A trilha, apesar de longa, não é difícil, algumas partes são mais íngremes, mas a maioria da caminhada é plana, com algumas descidas no final. Durante todo o caminho a fauna e a flora impressionaram. Passamos por trechos de Mata Atlântica, vegetação rupestre e, conforme íamos chegando ao topo, a vegetação se transformava, com plantas típicas do cerrado.
Fiquei encantada com as florzinhas que nos acompanharam durante todo o caminho verdadeiros jardins e deixavam o lugar ainda mais lindo!



Passamos também por um pedaço da calçada dos escravos, pisando em pedras que foram colocadas ali séculos atrás e pela Trilha do Carteiro. Há também outras partes do caminho diretamente ligadas à história de Minas Gerais e do Brasil.
Durante a trilha eu e Kico fazíamos paradinhas em lugares estratégicos pra fazer lanchinhos e, claro, admirar as paisagens belíssimas. Tem muitos mirantes pelo caminho.

Pra mim o auge da trilha foi quando nos embrenhamos pelo caminho errado sem saber na verdade que estávamos errados. Na realidade não estávamos tão errados, pegamos a parte baixa da Serra, tínhamos que ter ido pelo caminho que nos levaria à crista.
Mas valeu a pena também, por que o erro compensou muito a emoção e a sensação de plenitude que me invade cada vez que me sinto conectada com algum lugar.


A parte mais “tensa” digamos de passagem foi quando chegamos literalmente num grande brejo alagado e não vimos que a trilha continuava do outro lado. Seguimos por trilhos de cavalo e por fim o alarme na cabeça do Kico começou a apitar, estávamos no caminho errado. Ficamos quebrando cabeça com o Garmin, mas no final deu certo, voltamos um pouco até o brejo e encontramos o caminho.

Logo a frente um grupo com guias vinham na direção oposta, foi quando concluímos que realmente estávamos na trilha errada (risos), mas não tão errada assim, porque terminava onde deveríamos, na tão falada Cachoeira do Mangue. O que fizemos sem querer foi pegar um atalho.
Chegamos num poço com vista pro infinito e logo abaixo a cachoeira, essa época do ano é seca por lá, mas o que não deixou de ter seu charme. E me fala uma só vez que a natureza não tem seu charme?




Ficamos um tempo admirando o lugar antes da descida pra cidade, encontramos algumas pessoas que estavam por lá, conversamos e rimos.
Pronto hora de voltar pra cidade e nos preparar pra noite com vinho e muito jazz.
Resolvemos já de cara comprar nossos vinhos, não compensava gastar muito na tal cartela vendida no evento sendo que as garrafas dos bons vinhos eram muito mais vantagem.
Antes levei o Kico pra conhecer uma pequena parte da linda Tiradentes, la pelo menos os carros não poluíram visualmente o lugar. Tão linda cidade… Ficamos conversando sobre possíveis medidas que poderiam ser tomadas pra melhorar essa questão por lá… Porém ficou só entre nós dois.




Bom era hora de voltar pro acampamento e tomar um banho, mas antes paradinha pra ver a Maria Fumaça partindo, coisa de tirar o fôlego, tem coisa mais mineira que ver o trem partir? Tem não sô! Todo mundo registrando, o Kico resolveu brindar o momento e abriu nosso vinho.
Brindar a vida é sempre bom e claro brindamos....



Descobrimos que dava pra voltar para o Camping pelos trilhos da Maria Fumaça e lá fomos nós andar mais ainda depois da travessia, do city tour… Se tem pernas, pernas pra que te quero, certo? (risos)

No caminho até o acampamento pelos trilhos um final de tarde esplendido ia nos agraciando, as cores se misturando.... a aquarela perfeita.

Finalmente chegamos ao acampamento, o Kico tomou banho eu também, antes de sair ficamos nos curtindo um pouquinho, contando casos, eu lembrei das minhas aulas de canto com a Renata (Rê sua orelha deve ter queimado...kkkkk).
E lá fomos nós na noite estrelada de Tiradentes pelos trilhos até chegar a cidade, uma caminhada boa e tranquila.
A cidade estava cheia, muita alegria, sorrisos, vinho nas mãos de todo mundo que se olhava. Comemos um crepe delicioso (recomendo demais) e claro bebemos mais.
Foi quando em meio a tanto álcool, devaneios, jazz e história o Kico me chamou pra fazer parte da vida dele, chamem como quiser, casamento, morar junto… enfim compartilhar a vida, mas JUNTOS (mais ainda). Eu arrumei um chororo danado… hahahaha… ah o álcool essa peste.
É o Kico sempre me surpreende com os pedidos… namoro foi uma loucura, o primeiro eu te amo também e agora... bem agora é casar… Segundo ele: “Se der mole eu caso mesmo.” Hahahha. Mas posso dizer que ele fez tudo muito lindamente no jeito mais Kikiquinho de ser… de um  jeito meio torto(lindo), mas um torto perfeito.
Não eu não quero nada dessas coisas de igreja (desculpa aos que crêem) acho que dividir a vida transcende tudo isso, o que importa é que nos escolhemos pra um ajudar e crescer com o outro… quanta honra!
Acho que é como o “eu te amo” que é mera formalidade, é apenas uma expressão opcional e até dispensável em um relacionamento no qual o amor é verdadeiramente provado através da compreensão, do compartilhamento e até do silêncio...

Tiradentes rendeu!